25/06/2013

Visita guiada

Nápoles é possivelmente das cidades italianas com mais locais de interesse histórico e, por isso mesmo, turístico. Há umas semanas um poster afixado algures nas ruas da cidade chamou a minha atenção: era um programa de concertos musicais para os meses de Maio e Junho, mas foi o túnel da foto que mais me fascinou. Nápoles é sobejamente conhecida pela sua versão subterrânea: túneis extensos a quarenta metros de profundidade que fazem a História da cidade desde os tempos da sua criação grega como Neapolis. Sendo assim, quando vi a foto de um longo túnel de arcos associei de imediato à Nápoles subterrânea. Mas a História estava prestes a dar-me uma grande volta e Nápoles voltaria a surpreender-me com a sua somptuosidade reservada.
À entrada da Grotta di Seiano fiquei a saber que estava perante um dos mais sugestivos percursos arqueológicos napolitanos. Esta imponente entrada não é mais nem menos que a introdução para uma galeria artificial construída na Era Romana pelo arquitecto Lucio Cocceio e (bastante) mais tarde recuperada por Fernando II de Bourbon, Rei das Duas Sícilias.   
Atravessei os 770 metros de túnel que cortam a colina de Posillipo e fui dar ao Vallone della Gaiola, onde dei de caras com um anfiteatro virado para uma piscina e ladeado por uma magnifica estrutura esculpida em cima do mar. Este túnel e estas ruínas são o que resta da Villa del Pausilypon, a segunda moradia do riquíssimo Publio Vedio Pollione, cavaleiro e político romano, que todos os verões ficava ao dispôr do ócio dos mais poderosos do Império. 
É um sítio lindíssimo com uma paisagem de cortar a respiração onde praticamente caí de pára-quedas. E ainda bem! 

Ps- o concerto não foi mau mas as ruínas puseram piano e cantores a um canto. 















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