25/10/2012

1+1=2


"Se tivesses a oportunidade tomavas um daqueles comprimidos do Limitless?" perguntou-me o meu marido. "É claro que sim!", respondi eu.
Para quem não viu "Limitless" de Neil Burger, o filme conta a história de um escritor - interpretado por Bradley Cooper - que num momento de bloqueio criativo cruza-se com um traficante que lhe oferece uma amostra dum novo pseudo-fármaco. O escritor aceita e é surpreendido pelo extraordinário efeito da pílula: o cérebro que normalmente usa 20% da sua total capacidade, passa a ser usado em 100%.
Se tal fármaco existisse e me fosse dada essa possibilidade, a minha capacidade de raciocínio estaria muito próxima da excelência. Divina, diria mesmo. Falaria todas as línguas existentes no mundo, poderia antever a sequência, supostamente aleatória, dum jogo de Black Jack ou entender as variações dos mercados de valores e até saber mais de artes marciais que Bruce Lee e o Kung Fu Panda juntos - tal e qual o filme. Mas tudo isto para mim seria secundário. Ou pelo menos comparado com o poder que eu ambiciono. Infinitas seriam então as minhas possibilidades se pudesse compreender e explorar a Matemática! 
Fui sempre um perfeito zero à esquerda a Matemática. Desconfio que até sou mais esquerdista que o zero - politiquices à parte. Para além de passar anos a fio a coleccionar testes "Insatisfaz", exames abaixo dos 5 valores e dinheiro gasto em explicações - caros explicadores, lamento se vos fiz perder a esperança na raça humana - nunca consegui aplicar a Matemática satisfatoriamente na minha vida. Excepção feita à regra dos 3 simples, que utilizo com orgulho, pois é a única coisa que sei fazer matematicamente falando.  
Como é possível a Matemática exercer fascínio em mim e, ao mesmo tempo, não conseguir dar uma para a caixa? Será que o disléxico matemático existe? Para bem do meu amor-próprio, espero que exista. 
O que não existe é o pseudo-fármaco - quer dizer, em princípio não existirá... - mas se existisse passava a perna aos sucessores de Einstein com uma pinta desgraçada!

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